Mike Baer: Nacionais ou Expatriados? A Chave para um Impacto Duradouro no BAM

Mike Baer está bem qualificado para responder à pergunta 'Expatriados ou Nacionais?' neste artigo publicado pela primeira vez por Jo Plummer em 7 de março de 2025 no site Business as Mission. Agradecemos a Mike e Jo por seu papel importante no movimento BAM. Larry W. Sharp, Especialista de Suporte BAM, IBEC Ventures Larry.Sharp@ibecventures.com

-----

À medida que o movimento global Business as Mission (BAM) evoluiu para um esforço verdadeiramente global (todas as nações), uma questão estratégica surge cada vez mais frequente: devemos nos concentrar em enviar mais expatriados para liderar iniciativas BAM em outros países, ou o impacto maior é encontrado ao capacitar e apoiar os nacionais locais para construir negócios BAM em suas próprias regiões? E, ao explorarmos essa questão, vamos retornar aos princípios fundamentais do movimento BAM moderno (e, de fato, do BAM ao longo das eras). Primeiro, os negócios, como toda a vida, são criados por Deus para Sua glória e o bem da humanidade. Isso significa que Deus os usou e está usando, e chamando muitos para eles. Segundo, o coração de Deus é para as nações, os ethnoi, os grupos de pessoas de toda a terra. A Grande Comissão (Mateus 28:18-20) e seu versículo complementar em Atos (Atos 1:8) deixam claro que todos os povos e, especialmente, os povos não alcançados devem permanecer no centro dos esforços de BAM de hoje. Se usarmos esses dois princípios como faróis, podemos chegar a uma resposta estratégica e bíblica para a questão. À primeira vista, a resposta direta é “ambos”. De fato, Deus está chamando Sua igreja inteira para alcançar todos os povos: Atos 1:8 nos diz que o poder do Espírito Santo foi dado para que nós, o povo de Deus, pudéssemos ser Suas “testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra”. Muitas comunidades ao redor do mundo não têm crentes locais, sem maneira de conhecer quem Jesus é. Para que a Boa Nova alcance essas pessoas, fronteiras culturais e geográficas provavelmente precisarão ser cruzadas. Quero dizer logo de início: se Deus tem claramente mexido com você para BAM em um lugar específico, para alcançar um povo pouco servido, a intenção aqui não é desencorajá-lo. Precisamos de mais, não menos, indivíduos dispostos a plantar negócios transculturais, ou em culturas próximas. Há muitos recursos disponíveis no Blog BAM e na Biblioteca de Recursos para ajudá-lo a fazer isso de maneira eficaz—and the principles below on partnering with those who know the cultural context well will stand you in good stead. Ainda assim, ao aprofundarmos e ampliarmos nosso foco estratégico como movimento, acredito que a balança começa a pender. Se o objetivo é a transformação duradoura—social, espiritual, ambiental e econômica—o peso recai sobre o empoderamento dos nacionais. Isso não é para descartar o papel crítico dos expatriados, mas para reconhecer que o futuro do BAM depende de uma mudança estratégica em direção a uma maior mobilização e capacitação daqueles que já estão inseridos na cultura e no contexto. Então, como isso se parece na prática? Vamos destrinchar a lógica, os papéis e o plano para avançar.

O Caso Bíblico para Multiplicação através dos Locais

A Grande Comissão (Mateus 28:19-20) define o tom. Jesus não ficou em um lugar para supervisionar o crescimento da Igreja primitiva—Ele levantou líderes locais. Paulo seguiu o mesmo modelo, plantando igrejas, mas rapidamente transferindo a liderança para crentes locais (Tito 1:5). O princípio é simples: os de fora podem iniciar, mas os de dentro multiplicam. Da mesma forma, expatriados podem acender o movimento BAM em novas regiões, mas a verdadeira transformação cultural se enraíza quando nacionais captam a visão, assumem a responsabilidade e a levam adiante. Por que o foco nos nacionais? Vejo quatro razões principais:
1. Fluência Cultural e Confiança
Os nacionais possuem um entendimento inato da língua, costumes e dinâmicas sociais de suas regiões. Esses fatores são essenciais para construir relacionamentos, estabelecer confiança e liderar negócios que sejam culturalmente relevantes. Expatriados podem levar anos para desenvolver um nível básico de compreensão—se é que algum dia vão. Em contraste, os nacionais já detêm muitas dessas chaves, permitindo-lhes navegar nas oportunidades de negócios e discipulado com maior facilidade e fluidez.
2. Sustentabilidade e Escalabilidade
Como Mats Tunehag, Presidente da BAM Global, aponta—escalar o impacto BAM requer uma massa crítica de iniciativas. Negócios liderados por expatriados geralmente resultam em crescimento aritmético—um negócio de cada vez. No entanto, os nacionais podem catalisar o crescimento geométrico. Um nacional tendo sucesso cria um efeito dominó, encorajando outros a seguirem o exemplo. Bob Bush da IBEC Ventures ecoa essa ideia, destacando como negócios liderados por nacionais no Brasil se multiplicaram mais rapidamente do que iniciativas lideradas por expatriados. Esse modelo não só é sustentável; é escalável.
3. Superando Barreiras Econômicas e Políticas
Em muitos ambientes restritos ou desafiadores, os expatriados enfrentam obstáculos adicionais além dos desafios básicos de língua e cultura—questões de visto, restrições de investimento estrangeiro e ceticismo cultural. Os nacionais contornam esses bloqueios. Negócios locais são menos propensos a atrair atenção negativa das autoridades e muitas vezes podem acessar capital através de investidores ou empresas locais. Como Bush compartilha, o Centro de Excelência da IBEC no Brasil prosperou precisamente porque era liderado por locais que entendiam como manobrar dentro de seu ambiente econômico, espiritual e político.
4. Presença de Longo Prazo
Uma verdade inegável—grande parte dos expatriados eventualmente partirá. Seja por motivos familiares, saúde ou mudanças nas fases da vida, ou simplesmente porque esse era o plano desde o início, os expatriados muitas vezes servem em um país estrangeiro por um tempo limitado. Os nacionais ficam. Eles estão em casa. Eles são os líderes de longo prazo que discipulam, orientam e expandem o trabalho ao longo de décadas. Se o BAM deseja ter impacto geracional, os nacionais devem estar na linha de frente.

O Papel dos Expatriados: Catalisadores, Não Carregadores

Apesar do foco nos nacionais, os expatriados ainda desempenham um papel crítico. Como Tunehag nota, os expatriados podem catalisar a visão local, introduzindo novas ideias, tecnologias e oportunidades que os nacionais talvez ainda não tenham encontrado. Bush ainda sublinha que os expatriados frequentemente se destacam em networking, conectando praticantes do BAM nacional a recursos globais, investidores e mentores. Quando os expatriados assumem funções de assessoria e capacitação, seu valor é multiplicado através dos nacionais que eles capacitam. No entanto, o aviso é claro—expatriados que tentam liderar esforços no BAM sem preparação cultural ou colaboração muitas vezes experimentam fracassos. Como Steve Rundle, Professor Emérito da Universidade Biola, me colocou de forma sucinta: “Expatriados são aritméticos, a menos que se tornem catalisadores e capacitadores de nacionais. Nacionais são geométricos.”

Parceria: O Projeto para o Futuro do BAM

O futuro do BAM não é uma questão de ou/ou—é de ambos/e. Mas o modelo importa. Aqui está um possível caminho a seguir:
  • Expatriados como Catalisadores: Entrar em novas regiões, lançar negócios e capacitar líderes locais. Foco mais em mentoria e coaching do que na execução.
  • Nacionais como Multiplicadores: Assumir a responsabilidade, escalar a visão e integrar o negócio profundamente no contexto cultural.
  • Ecossistemas Colaborativos: Criar ambientes onde expatriados e nacionais trabalhem juntos em parceria, compartilhando conhecimentos e recursos. Com o tempo, expatriados passam para funções de assessoria enquanto os nacionais lideram o caminho.

Exemplo da Vida Real: Construindo de Dentro para Fora

A experiência da IBEC Ventures no Brasil fornece uma ilustração concreta. Em vez de depender de expatriados para lançar uma iniciativa BAM, eles investiram na formação de seis treinadores BAM nacionais. Em meses, quatro negócios BAM foram iniciados, com a meta de expandir para 20-25 negócios dentro de um ano. Esse crescimento rápido—impulsionado por propriedade local—não teria sido possível sob um modelo liderado por expatriados.

Um Movimento, Não um Momento

No seu cerne, o BAM é sobre transformação a longo prazo—não apenas sucessos temporários. Os nacionais representam o futuro deste movimento. Eles detêm o potencial de criar um impacto econômico, espiritual, social e ambiental duradouro em formas que os expatriados não podem replicar completamente. No entanto, os expatriados permanecem catalisadores indispensáveis, acendendo iniciativas e capacitando líderes locais. Quando ambos os grupos trabalham em conjunto—expatriados acendendo a chama, quando necessário, e nacionais mantendo-a acesa—o resultado é um movimento capaz de transformar nações para a glória de Deus.

Conclusão

Então, onde deve estar nosso foco? Com uma sincera saudação ao espírito de colaboração, acredito que o futuro mandato é capacitar o nacional. Empoderar o local. E onde for necessário, que os expatriados sejam a centelha que acende a chama. Juntos, eles formam a espinha dorsal de um movimento BAM global que tem o poder de transformar comunidades e indústrias inteiras, tudo para o Reino.

Leave a comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *